E eu não desisti: Quem sou eu?
A pergunta acima pode parecer barata filosofia de porta de banheiro. É é barata filosofia, mas não de porta de banheiro.
Essa semana, o assunto me apareceu várias vezes. A gota d'água foi um post, no blog da Pruddie (clique aqui). E eu juro que comecei a desenvolvê-lo em todas as nuances, com detalhes e cara de tese de doutorado. Mas percebi que estaria agindo de forma desgraçadamente masculina. Vamos ver se desce mais redondo agora.
Tá, as mulheres são independentes. E agora?
Independentes lá na casa do caralho. Uma conhecida minha, nas últimas semanas, vem sendo o centro de inúmeras discussões porque decidiu ter um comportamento sexual bem semelhante ao de 80% dos homens que a gente conhece. No O Globo jornal de hoje, duas cartas em crítica -aliás crítica não: enxovalhamento- à iniciativa da médica holandesa do "Women on Waves", ambas intransigentemente assinadas por mulheres. Na internet, ao tentar procurar uma imagem artística e delicada de um casal em um momento íntimo, tudo o que eu encontrei foram grosseiras imagens de mulheres sem rostos oferecendo seus órgãos sexuais como peixe na feira -e note que as palavras com que pesquisei incluiam "amor", "casal" e "carinho".
Que merda de liberdade é essa? Será que eu sou livre porque me obrigam a trabalhar a vida inteira e me querem me fazer acreditar que o faço porque quero? É liberdade me atribuirem, com medieval negatividade, predicados inverdadeiros? É liberdade a lei, a sociedade e a moral disporem do meu corpo e dizerem o que fazer ou não com ele?
O texto da Pruddie é lindo, e é verdadeiro: vale sim a pena ver o lado legal disso tudo. Mas sem achar que o lirismo da coisa é tudo. Ainda falta um bocado pra não ter mais posts iguais a este.
(E já sei até o que você vai comentar o que nesse post. Não se acanhe.)
 Pink Floyd, Another Brick in the Wall (sugestivo? talvez...)
Há um certo professor E na ECO que, para os que não tiveram o desprazer de sua convivência, pode ser definido como um falo-revolucionário (ou mesmo um falo revolucionário -sem hífen-: basta olhar para sua figura alta, esquálida, avermelhada e careca pra afirmar que ele mesmo se trata de um falo falante). Enquanto borbulha ainda que nonsense essa idéia de que a mulher tem inveja do pênis, este senhor, por sua vez, tem-lhe é raiva. Tudo o que acontece de ruim no mundo, E classifica como culpa do "mundo falocêntrico no qual vivemos". O tabu do sexo é culpa do mundo falocêntrico; os juros são culpa do mundo falocêntrico; a violência é culpa do mundo falocêntrico; o Maumau é culpa do mundo falocêntrico. Em suma, E encarna com tanta paixão o anti-falocentrismo quanto o militante do PSTU veste o socialismo marxista.
Manifesto Pelo Falocêntrismo Utópico
Pois bem. Ontem fui informada de que, creio que como reação à retidão do mundo falocêntrico (falo, reto, pescou a jogada?), o professor E resolveu abandonar seu bordão já consagrado e agora espalha para os calouros, não mais a expressão "mundo falocêntrico", mas "mundo peniano".
(A óbvia conclusão a que se chega: daqui a uns 4 ou 5 períodos ele vai abandonar a retidão do falo de vez, até começar a falar em "mundo caraleano")
Ora pombas! Esse grau de revolta contra o bilau já está passando dos limites! Meninas, defendam seus bilaus desse sanguinário! Esse E quer desmoralizá-los com essas suas idéias flácidas e paumolescentes! Se você gosta da retidão do falo, proteste! Adote a postura falocêntrica e diga "não" ao professor Evandro Ouriques!
Elis Regina, Alô, Alô, Marciano
...E quem diria...
Tenho esse humilde livrinho há quase 3 anos e nunca pensei que ele fosse se transformar em objeto de estudo... Estou fazendo uma pesquisa (séria!!) sobre blogs pra faculdade. Dá pracreditar?
Nada. Estou no computador da faculdade (ECO), burlando as leis que dizem que o uso é restrito para fins de pesquisa (que nem eu fazia no CAp; só mudei o endereço).
...mas a gente vai levando...
Regra Três (Toquinho)
Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa
De perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu desterro, vai
Mas deixa a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza
Quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo
Que vai chorar
Idem
De Balas e Plurais (ou "Breve orgasmo gramatical")
Ônibus. Estava eu lá no fundinho, perto da porta traseira, encostada na janela. O moço lá fora vem correndo, se posiciona na porta e levanta o polegar pro motorista que, tão acostumado à situação quanto todos os passageiros, abriu e deixou o moço entrar.
"Lá vem mais um moço da balinha de goma de eucalipto", pensei parvamente. "Agora ele vai dizer que...
"Na padaria você compra o saquinho por 50, até 70 centavos..." ele confirmou meus pensamentos lá na frente, perto da roleta.
"Hoje, aqui na minha mão, uma é trinta, duas é cinqëunta..."
"...trinta, duas são cinqënta, cinco pacotes de..."
Opa, opa opa, pepepeperaí! Ele disse SÃO? Ele disse que duas ERAM cinqënta centavos? Cumassim?
Na hora me soou estranho; logo depois, profético. Depois da incompatibilidade situacional do início, pude ouvir as ovações subjacentes de Castro Alves, Machado de Assis, Oswald de -- não, não, desse aí não--, Eça de Queirós, todos respirando aliviados, como que arrancando do bucho a peixeira que lhes era estocada a cada vendedor de bala que entrava nos ônibus...
E eu, poia, não tinha por perto cinqüenta centavos pra comprar aquelas balinhas gramaticalmente abençoadas...
Desligadinho. Tô vendo GNT -que decadente...
Breve resumo da minha vida desinteressante
Sim, eu voltei. Reequipada, de PCzinho novo. Que beleza. Será mesmo?
Eu a princípio não teria do que me queixar. Estou fazendo as duas faculdades de que gosto, a Letras é maravilhosa e tem tudo a ver com a ECO, que esse período parece bem mais concreta e interessante do que no período anterior. Profissionalmente, por assim dizer, estou super feliz. No campo afetivo é aquilo o que todo mundo já sabe: eu e o Tito vamos muito bem, obrigada, tranqüilamente como sempre (o que não é, aliás, uma coisinha à toa, apenas constante nos últimos tempos -felizmente). Meu PC está mais rápido, tem um modem melhor (mesmo com a conexão discada e o provedor gratuito vamos sobrevivendo), é muito bonitinho. Minha irmã finalmente se mudou (razão pela qual eu troquei o PC todo, não só o monitor -o EVA-01 é dela) e eu estou aos poucos arrumando meu quarto. As bizarras bolinhas que se alastravam pelas minhas pernas se foram (não sei bem porque, posto que a dermatologista classificou como "efeitos do stress" e eu não estou em nada menos stressada do que antes).
Deveria estar tudo certo...
...se o dia tivesse 35 horas para que eu acomodasse todas essas atividades.
Enfim, é a vida. Deus descansou no sétimo dia e resolveu criar dias com um número de horas que fosse múltiplo de 6 (dias que ele trabalhou), não de 7 (contando o dia em que ele botou os pezinhos pro alto). Que preguiçoso (aliás, só pra constar: eu não descanso nem no sétimo dia...).
Chega de mim por ora. Sou muito chata.
Peço encarecidas desculpas pela ausência. Prometo de verdade visitar os blogs dos meus miguinhos, dos quais fiquei afastada esse tempo todo. Inclusive o seu, tá? Desculpíssima.
Até mais...
Zéu Britto Dama de Ouros (é da trilha de "Lisbela e o Prisioneiro", muito viagem essa música!)
Ah, sim... E será que você saberia como se tira esse banner antipático e anti-estético do Blogger daqui? A barrinha de busca pode até deixar (ela até que é bonitinha, faz o nosso humilde livrinho paracer um site importante), mas esse tijolo disforme que muda de cor cada vez que a gente entra e estraga totalemnte o template que a gente faz com todo o amor e carinho... Tem dó...
|
|
